Aproveitando a minha estadia na Herzegovina, e como sei que há quem goste dos factóides desta parte do mundo, seguem-se mais uns:
- Há mais de 35 canais desportivos na Bósnia-Herzegovina (embora esse número seja «batota», visto que inclui canais croatas e sérvios). Isso deve-se em parte ao facto de a indústria do jogo ser legal, altamente regulada e extremamente popular nesta parte do mundo, o que explica a transmissão de jogos de, por exemplo, a liga de basquetebol israelita e da liga feminina de voleibol turca.
- Alguns canais sérvios aparecem escritos em cirílico, e outros no alfabeto latino, mas estes últimos têm o hábito absolutamente delicioso de fonetizar nomes e palavras estrangeiras, transformando actores como Jeff Bridges em Džef Bridžis.
- Muitas famílias croatas tentam comprar o mínimo de produtos sérvios, sem deixar de reconhecer a qualidade superior dos mesmos quando esta realmente o é, e fazem os possíveis para não comprar produtos bósnios. E, antes de se comprar qualquer livro, há que ver se está escrito em croata ou bósnio - essencialmente o mesmo idioma, mas este último é tido como artificial pelos croatas, por só ter sido codificado nos anos 90, e também não se escapa a objecções sérias da parte dos sérvios.
- A flor-de-lis consta do brasão da Bósnia e da bandeira das forças armadas desta, e o lírio dourado é a maior distinção militar do país. O lilium bosniacum é uma espécie endémica da região, figurou nas armas do reino desde a Idade Média e foi escolhido como símbolo que distinguisse a Bósnia das vizinhas Croácia e Sérvia. Uma escolha que, num país tão dividido como este, está longe de ser consensual, razão pela qual croatas e sérvios não gostam nada de lírios por estas bandas.
- Há mais de 35 canais desportivos na Bósnia-Herzegovina (embora esse número seja «batota», visto que inclui canais croatas e sérvios). Isso deve-se em parte ao facto de a indústria do jogo ser legal, altamente regulada e extremamente popular nesta parte do mundo, o que explica a transmissão de jogos de, por exemplo, a liga de basquetebol israelita e da liga feminina de voleibol turca.
- Alguns canais sérvios aparecem escritos em cirílico, e outros no alfabeto latino, mas estes últimos têm o hábito absolutamente delicioso de fonetizar nomes e palavras estrangeiras, transformando actores como Jeff Bridges em Džef Bridžis.
- Muitas famílias croatas tentam comprar o mínimo de produtos sérvios, sem deixar de reconhecer a qualidade superior dos mesmos quando esta realmente o é, e fazem os possíveis para não comprar produtos bósnios. E, antes de se comprar qualquer livro, há que ver se está escrito em croata ou bósnio - essencialmente o mesmo idioma, mas este último é tido como artificial pelos croatas, por só ter sido codificado nos anos 90, e também não se escapa a objecções sérias da parte dos sérvios.
- A flor-de-lis consta do brasão da Bósnia e da bandeira das forças armadas desta, e o lírio dourado é a maior distinção militar do país. O lilium bosniacum é uma espécie endémica da região, figurou nas armas do reino desde a Idade Média e foi escolhido como símbolo que distinguisse a Bósnia das vizinhas Croácia e Sérvia. Uma escolha que, num país tão dividido como este, está longe de ser consensual, razão pela qual croatas e sérvios não gostam nada de lírios por estas bandas.
Uma outra curiosidade da região: em croata, sérvio e bósnio, "laranja" diz-se naranča, do árabe naranj, que se refere à laranja-amarga (citrus aurantium), e usa-se essa palavra tanto para essa variedade como para a mais popular laranja-doce (citrus sinensis). Os mercadores portugueses terão sido os grandes disseminadores desta última, razão pela qual, no resto da Península Balcânica, temos portokall (albanês), portokal (búlgaro), portokáli (grego), portokal (macedónio), portocală (romeno) e portakal (turco). O próprio árabe, que influenciou a palavra naranča, faz a distinção e refere-se à laranja-doce como burtuqal. De que se pode apenas depreender que o eixo servo-croata é o mais amargo dos Balcãs...
A arte de não perder inteiramente o jeito
Conforme o referi na primeira entrada da categoria Blendagens, eu nem me saía mal a desenhar quando era mais novo, antes de me ter dedicado…
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Práticas de Escrita
Há quase dois anos, fui convidado para orientar o curso Práticas de Escrita III, na FLUL. Foi um desafio muito interessante, que até correu bastante bem, e,…
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